O jiu-jítsu surgiu no Japão há mais de 3 600 anos. Especula-se que tenha as mesmas origens do wushu, ou kung fu, criado na China. No jiu-jítsu, usa-se o corpo como alavanca para derrubar ou neutraliza.
A estratégia era fundamental, entre os séculos 11 e 19, para os samurais enfrentarem, até sem espada, adversários com armaduras pesadas. Com a grande leva de imigração para a Europa e as Américas, no começo só século 20, a "arte suave" ganhou o mundo. Antes disso, era crime punido com a morte ensinar jiu-jitsu - um segredo militar - a não japoneses. Afastados das raízes, os novos mestres criaram estilos com judô e o aikido.
Sua origem secular, como sucede com quase todas as artes marciais ancestrais, não pode ser apontada com precisão. Estilos de luta parecidos foram verificados em diversos povos, da Índia à China, nos séculos III e VIII. O que se sabe é que seu ambiente de desenvolvimento e refinamento foram as escolas de samurais, a casta guerreira do Japão feudal.
A finalidade de sua criação se deu pelo fato de que, no campo de batalha ou durante qualquer enfrentamento, um samurai poderia acabar sem suas espadas ou lanças, necessitando, então, de um método de defesa sem armas. Como os golpes traumáticos não se mostravam suficientes nesse ambiente de luta, já que os samurais vestiam armaduras, as quedas e torções começaram a ganhar espaço pela sua eficiência. O Jiu-Jitsu, assim, nascia de sua contraposição ao kenjitsu e outras artes ditas rígidas, em que os combatentes portavam espadas ou outras armas.
A história do Jiu-Jitsu no Brasil se mistura com a Família Gracie. A arte, que tem parentesco com o Judô e o Jujutsu praticado pelos antigos samurais, tem o seu começo em terras Brasileiras a partir da chegada do Conde Koma (Mitsuyo Esay Maeda), em 14 de novembro de 1914.
“Em 1917, em uma apresentação de Conde Koma em Belém no Teatro da Paz, um jovem de 15 anos assiste encantado com a série de técnicas demonstradas pelo japonês, seu nome, Carlos Gracie, filho mais velho dos cinco filhos homens de Gastão Gracie e Cesalina Gracie, Gastão, era descendentes de escoceses. Carlos ficara fascinado com a demonstração, segundo Gracie (2008), o primeiro contato de Carlos Gracie com o Jiu-Jítsu foi quando seu pai o leva para assistir Conde Koma em ação, pela primeira vez Carlos testemunhara, a vitória da técnica sobre a força bruta.”
Carlos Gracie (1902–1994) viu pela primeira vez, em Belém, uma apresentação do japonês que era capaz de dominar e finalizar os gigantes da região. Amigo de seu pai, Gastão Gracie, Maeda concordou em ensinar ao garoto irrequieto a arte de se defender. Em suas aulas, ensinava a Carlos e a outros brasileiros – como Luiz França, que mais tarde seria mestre de Oswaldo Fadda – os conceitos de sua arte: em pé ou no chão, a força do oponente deveria ser a arma para a vitória; para se aproximar do adversário, o uso de chutes baixos e cotoveladas deveriam ser os artifícios antes de levá-lo para o chão. Para evolução nos treinos, lançava mão do randori, o treino à vera com um companheiro.